domingo, outubro 21, 2012

Entendendo Visitor Q, de Takashi Miike

Acompanhamos a trajetória de uma desestruturada e bizarra família japonesa em sua ascensão ao orgasmo vitalício (vocês sabem do que eu tô falando).

Enquanto a VISITA, em vez de ‘’X’’, o ‘’Q’’ da Questão.


Contém SPOILER: detalhes sobre o final e outros. Se não assistiu, recomendo que visite outras páginas deste Blog.

Não viu o filme? BAIXE AQUI.

EM BUSCA DA AUTORREALIZAÇÃO

Visitor Q começa com uma incitação irônica à juventude japonesa: Alguma vez você já fez isso com o seu pai?/Quer saber a verdade sobre os jovens de hoje. (Não temos escolha, né?) /Os jovens são o futuro do Japão/Um futuro sem esperança/.

Kiyoshi Yamazaki (Kenichi Endo) está filmando um documentário com a intenção de, não só mostrar a violência da atual juventude, mas também aproveitar as agressões ao filho Takuya em prol de seu reprimido lado paternal.

Keiko Yamazaki (Shungiku Uchida), a mãe da família, é sadomasoquista, usuária de drogas e também incompleta emocionalmente. É saco de pancadas de seu filho Takuya Yamazaki (Jun Muto), um adolescente inconsolável e triste que, além de ser vítima de bullying, sofre com a falta de amor de seus pais.

O Visitante (Kazushi Watanabe) adentra-se na família no momento em que estão para começar as turbulências. E de forma incoerente, mesmo para os padrões de uma família incomum. Seria o início do fim para recomeçar.


Ninguém questiona sua presença, ao passo que só coopera para seu declínio e, mais tarde, sua felicitada ascensão.

A filha Miki Yamazaki (Fujiko Shirakawa) é prostituta e logo após o declamar à juventude japonesa insinua-se e tem relações sexuais com o pai de ejaculação precoce (vale destacar).

Toda a estrutura erguida em Visitor Q visa a organização da desestruturação familiar aguda, onde o epicentro se localiza no tronco: a mãe. Vê-se que, após a cena do orgasmo múltiplo, tudo começa a dar certo... para eles.


A Visita é o alicerce para a coisa toda funcionar, e comprovamos isso na cena em que Takuya, fazendo anjo de leite, agradece-a pela intenção de destruí-la.

Até seguirmos ao antológico desfecho, onde se unem marido e filha para a ''celebração maternal'' e o findar da carência.

Bijitâ Q (no seu original) é classificado nos gêneros COMÉDIA, DRAMA e TERROR. Temos adultério, agressão física, assassinato, consumo de drogas, um toque de escatologia (não esquecendo de quando os bullyiners mandam Takuya cagar. Pura perversão sexual), estupro, incesto, lactação, prostituição conjunta, mutilação de órgãos, necrofilia, sadomasoquismo e sexo explícito num prato cheio.

E o já ''poluído'' contexto?

Quem conhece o mínimo do cinema asiático (Ásia Oriental) sabe que o Império do Sol Nascente é terra de fartas produções de terror – Ringu (e seu remake americano/japonês: O Chamado), Ju-On (e seu remake americano/japonês: O Grito), Janghwa, Hongryeon (e seu remake americano/canadense: O Mistério das Duas Irmãs), para citar. Se não os conhece, trate de acabar com isso imediatamente. São todos de alta recomendação.

Nosso catastrófico contexto histórico nos traz a Segunda Guerra Mundial como fator para a não comprovada sobrenaturalidade das cidades japonesas.

Muitas são as lendas e histórias que, independentemente de serem verídicas ou não, impressionam e podem ser usadas para explicar como um país consegue produzir tantas coisas boas e assustadoravelmente cagáveis.

Opinião expressa/pessoal: A falta de comunicação num nível de gente desconhecida, o poder do diretor em chocar, a câmera rápida, são pontos memoráveis. Tem um alto nível de bizarrice e é uma obra que se faz.

Pra cima!

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